Construtor de guitarras clássicas e luthier por paixão. A partir de madeiras raras de primeiríssima qualidade Christian Schwengeler constrói no seu atelier em Lisboa todos os anos um reduzido numero de guitarras clássicas de alto nível.
luthier de guitarras classicas
Uma guitarra construída individualmente é sem dúvida qualquer coisa de magnífico e consegue-se atingir um nível de sonoridade que ultrapassa consideravelmente os instrumentos feitos em série. Madeiras rigorosamente seleccionadas e cortadas segundo regras antiquíssimas, que respeitam o ciclo da natureza, em combinação com uma construção cuidada e inteligente, proporcionam um nível de ressonância incomparável. Sou construtor de guitarras por paixão e vocação. Cada guitarra é única e transmite a magia do amor a música. Pode aceder a gravações dos meus instrumentos no meu canal soundcloud, myspace e no meu canal no Youtube
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
O instrumento e a humidade relativa do ar
Um dos factores importantes a ter em consideração relativamente aos instrumentos musicais em madeira e a sua construção, está relacionado com a humidade relativa do ar. A humidade relativa é a percentagem de água que o ar contém, considerando o ponto de saturação (que varia segundo a temperatura), sendo 100 % de humidade relativa, o ponto de saturação máxima em que a humidade começa a condensar, ou sej, quando o ar não tem mais capacidade de retenção de água para o nível de temperatura do momento. O calor, por sua vez, aumenta a capacidade de retenção, o que explica porque é que a humidade começa a condensar quando o ar arrefece. Considera-se o ar seco quando a percentagem está abaixo dos 50% e húmido quando está acima dos 70%.
O controlo da humidade do ar num atelier de construção e, neste sentido, também, nalguma medida, o nível de temperatura, são muito importantes para obter instrumentos de qualidade, já que as madeiras absorvem quantidades consideráveis de agua a partir do ar ambiente, o que altera as suas características. Quando se verificam diferenças importantes de humidade relativa durante as diferentes fases de construção, isto leva a tensões consideráveis no instrumento acabado, o que não favorece uma boa ressonância do instrumento. Em Portugal, podemos considerar um bom nível de humidade à volta dos 60-65 % de humidade relativa, já que isto corresponde, aproximadamente, ao valor médio anual e, ao mesmo tempo, representa um valor normal no sentido em que não é nem muito húmido nem muito seco. Um dos objectivos consiste, precisamente, em garantir que o instrumento tenha mais capacidade de ambientação quando terminado, para muitas situações, sem estar em stress. É fácil imaginar que um instrumento construído num ambiente de 40% de humidade relativa, vai sofrer muito quando introduzido num ambiente de 80 % (ou vice-versa) sendo a diferença de humidade muito grande. Observando um nível de humidade normal no atelier, estas diferenças são muito mais pequenas. Aumenta-se, assim, a capacidade do instrumento de reagir a estas influências, permitindo às madeiras adaptarem-se sem causar demasiadas tensões. São estes, aparentemente pequenos pormenores, que fazem a diferença e que, em conjunto com outros factores, possibilitam construir instrumentos com qualidades excepcionais. Mesmo assim, recomenda-se aos músicos que tenham estes factores em consideração, que procurem algum método de controlo da humidade relativa do ar e que não submetam o instrumento a condições demasiado severas como, por exemplo, esquecê-lo na mala do carro estacionado em pleno sol ou utilizá-lo na sauna ou outras situações semelhantes.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário