luthier de guitarras classicas

Uma guitarra construída individualmente é sem dúvida qualquer coisa de magnífico e consegue-se atingir um nível de sonoridade que ultrapassa consideravelmente os instrumentos feitos em série. Madeiras rigorosamente seleccionadas e cortadas segundo regras antiquíssimas, que respeitam o ciclo da natureza, em combinação com uma construção cuidada e inteligente, proporcionam um nível de ressonância incomparável. Sou construtor de guitarras por paixão e vocação. Cada guitarra é única e transmite a magia do amor a música. Pode aceder a gravações dos meus instrumentos no meu canal soundcloud, myspace e no meu canal no Youtube

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Guitarras de Christian Schwengeler


CHRISTIAN SCHWENGELER
Luthier de guitarras clássicas
Estes instrumentos distinguem-se por um grande equilíbrio sonoro e grandes possibilidades na variação do timbre. São guitarras com excelente sustain, com uma boa projecção e um boa definição sonora, baixos potentes e calorosos, e agudos que respondem mesmo nos registos mais altos. Destaca-se também a facilidade de tocar o instrumento e a afinação acima do normal, conseguida através dum sistema de compensação das cordas. O braço sobrelevado permite uma melhor acessibilidade dos registos agudos. O tampo é acabado com um verniz de boneca à base de goma laca e óleos naturais sendo o resto do instrumento selado com um primário especial e depois polido com cera natural . A estética simples, realça a beleza natural das madeiras utilizadas.
Na construção, Christian Schwengeler usa apenas madeiras raras, rigorosamente seleccionadas e armazenadas: Pau Rosa da Índia, Cedro das Honduras, Ébano, Abeto da Suíça e do Norte da Itália ou Cedro vermelho do Canada, para o tampo harmónico. No atelier, mantêm um ambiente de humidade controlado. Métodos de construção cuidados e inteligentes resultam numa ressonância surpreendente e única.
Christian Schwengeler nasceu em Genebra, em 1962, e vive em Portugal desde 1990. É guitarrista de talento multifacetado e luthier autodidacta de grande intuição, inspirando-se entre outros também no trabalho dos luthiers Greg Byers, Thomas Humphrey e Hernandez e Aguado.

Desde 2004, constrói anualmente, no seu atelier, em Lisboa, um limitado número de guitarras clássicas.

O conhecido guitarrista Dejan Ivanovic diz sobre ele: “ Nunca conheci nenhum construtor que desde o seu primeiro instrumento consegue resultados tão surpreendentes e convincentes. Os seus instrumentos tem um som rico, nobre e penetrante e são uma opção praticamente incontornável para quem procura um instrumento superior, e isto a um preço realmente acessível.”


Christian Schwengeler
Rua da Beneficência 164, 2º dto.
1600-024 Lisboa
tel/fax 21 797 70 26 móvel 96 00 48 117
csluthier@gmail.com

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Guitarra de laboratório





Durante o último ano conclui um projecto que tinha como objectivo a realização de uma guitarra de laboratório que serve para poder testar com facilidade tampos de ressonância e poder avaliar as suas potenciais caracterísicas e isto sem necessidade de construir cada vez um novo instrumento. O dispositivo consiste numa caixa de ressonânica, ou seja ilhargas com o respectivo fundo e o bloco para inserir depois o braço. Além disto o dipositivo é completado com um aro que serve para distribuir a pressão de cerca 30 mini-grampos que servem para fixar o tampo de ressonância. Depois de montado é só inserir o braço e fixa-lo e montar as cordas. O resultado é surpreendente e em termos sonoros vai dar ao mesmo como se o tampo fosse colado. Já consegui testar duas novas ideias, a primeira relacionada com uma nova maneira de fixar as cordas que permitaria ao tampo de vibrar mais livremente, a segunda consistiu no teste dum novo sistema de travejamento que desenhei para o mesmo efeito. A primeira experiênica foi um fracasso, constatando-se que a pressão das cordas sobre o tampo seria demasiado grande sem a força contrária da tracção das cordas e o som ficou com poucos graves e um pouco magro. Por outro lado fiz depois um teste com o mesmo tampo mas utilizando um cavalete fixado de maneira tradicional e constati que o travejamneto que desenhei é muito bem succedido e funciona bem, e acabei mesmo de construir uma nova guitarra equipado com o mesmo tampo. No futuro o dispositivo que desenvolvi pode servir para fazer as mais diversas experiências - nomeademente para desenvolver um tampo double-top e de fazer necessários ajustes e para aperfeiciona-lo.

O instrumento e a humidade relativa do ar


Um dos factores importantes a ter em consideração relativamente aos instrumentos musicais em madeira e a sua construção, está relacionado com a humidade relativa do ar. A humidade relativa é a percentagem de água que o ar contém, considerando o ponto de saturação (que varia segundo a temperatura), sendo 100 % de humidade relativa, o ponto de saturação máxima em que a humidade começa a condensar, ou sej, quando o ar não tem mais capacidade de retenção de água para o nível de temperatura do momento. O calor, por sua vez, aumenta a capacidade de retenção, o que explica porque é que a humidade começa a condensar quando o ar arrefece. Considera-se o ar seco quando a percentagem está abaixo dos 50% e húmido quando está acima dos 70%.
O controlo da humidade do ar num atelier de construção e, neste sentido, também, nalguma medida, o nível de temperatura, são muito importantes para obter instrumentos de qualidade, já que as madeiras absorvem quantidades consideráveis de agua a partir do ar ambiente, o que altera as suas características. Quando se verificam diferenças importantes de humidade relativa durante as diferentes fases de construção, isto leva a tensões consideráveis no instrumento acabado, o que não favorece uma boa ressonância do instrumento. Em Portugal, podemos considerar um bom nível de humidade à volta dos 60-65 % de humidade relativa, já que isto corresponde, aproximadamente, ao valor médio anual e, ao mesmo tempo, representa um valor normal no sentido em que não é nem muito húmido nem muito seco. Um dos objectivos consiste, precisamente, em garantir que o instrumento tenha mais capacidade de ambientação quando terminado, para muitas situações, sem estar em stress. É fácil imaginar que um instrumento construído num ambiente de 40% de humidade relativa, vai sofrer muito quando introduzido num ambiente de 80 % (ou vice-versa) sendo a diferença de humidade muito grande. Observando um nível de humidade normal no atelier, estas diferenças são muito mais pequenas. Aumenta-se, assim, a capacidade do instrumento de reagir a estas influências, permitindo às madeiras adaptarem-se sem causar demasiadas tensões. São estes, aparentemente pequenos pormenores, que fazem a diferença e que, em conjunto com outros factores, possibilitam construir instrumentos com qualidades excepcionais. Mesmo assim, recomenda-se aos músicos que tenham estes factores em consideração, que procurem algum método de controlo da humidade relativa do ar e que não submetam o instrumento a condições demasiado severas como, por exemplo, esquecê-lo na mala do carro estacionado em pleno sol ou utilizá-lo na sauna ou outras situações semelhantes.