luthier de guitarras classicas

Uma guitarra construída individualmente é sem dúvida qualquer coisa de magnífico e consegue-se atingir um nível de sonoridade que ultrapassa consideravelmente os instrumentos feitos em série. Madeiras rigorosamente seleccionadas e cortadas segundo regras antiquíssimas, que respeitam o ciclo da natureza, em combinação com uma construção cuidada e inteligente, proporcionam um nível de ressonância incomparável. Sou construtor de guitarras por paixão e vocação. Cada guitarra é única e transmite a magia do amor a música. Pode aceder a gravações dos meus instrumentos no meu canal soundcloud, myspace e no meu canal no Youtube

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Guitarra 8-cordas Mateus Dela Fonte



Junto uma pequena apresentação do modelo especial construida por encomenda para o guitarrista brasileiro Mateus Dela Fonte. É uma guitarra de oito cordas com diapasão geral de 64 cm, 72 cm para a oitava corda. A ideia base da guitarra é de conseguir muitas afinações diferentes, e uma profundidade melhor da oitava corda, através dum maior comprimento de vibração. A oitava corda está equipada com um mini-capo que permite alterar a afinação de maneira simples.













A afinação base é standard para 1ª até a 6ª corda. A sétima corda é afinada em La ou em Si e a oitava em Sol. Esta afinação em conjunto com o mini-capo (capo para uma corda só) permite a execução de muitas composições nas suas versões originais, como por exemplo Bach ou Dowland. Por outro lado os baixos adicionais trazem obviamente uma dimensão sonora diferente, com maior profundidade, mais harmónicos, e um impacto sonoro mais importante que pode ser uma vantagem por exemplo em conjuntos de música de camera ou em outras situações. O tampo é de construção tradicional, apenas com um pequeno reforço de carbono nas barras centrais, para compensar a tensão suplementar. É um modelo excepcional que abre novas dimensões e que explora as fronteiras desconhecidas.

Mini-capo Guitarra 8-cordas



O mini capo é uma pequena alavanca em ébano montada num suporte em arame de aço. O dispositivo é colocado dentro dum orifício junto do traste e aperta-se a alavanca que pressiona a corda contra o traste. É fácil de utilizar e a distorção da corda é mínima. É uma solução elegante e eficaz e funciona sem problema.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Guitarras de Christian Schwengeler


CHRISTIAN SCHWENGELER
Luthier de guitarras clássicas
Estes instrumentos distinguem-se por um grande equilíbrio sonoro e grandes possibilidades na variação do timbre. São guitarras com excelente sustain, com uma boa projecção e um boa definição sonora, baixos potentes e calorosos, e agudos que respondem mesmo nos registos mais altos. Destaca-se também a facilidade de tocar o instrumento e a afinação acima do normal, conseguida através dum sistema de compensação das cordas. O braço sobrelevado permite uma melhor acessibilidade dos registos agudos. O tampo é acabado com um verniz de boneca à base de goma laca e óleos naturais sendo o resto do instrumento selado com um primário especial e depois polido com cera natural . A estética simples, realça a beleza natural das madeiras utilizadas.
Na construção, Christian Schwengeler usa apenas madeiras raras, rigorosamente seleccionadas e armazenadas: Pau Rosa da Índia, Cedro das Honduras, Ébano, Abeto da Suíça e do Norte da Itália ou Cedro vermelho do Canada, para o tampo harmónico. No atelier, mantêm um ambiente de humidade controlado. Métodos de construção cuidados e inteligentes resultam numa ressonância surpreendente e única.
Christian Schwengeler nasceu em Genebra, em 1962, e vive em Portugal desde 1990. É guitarrista de talento multifacetado e luthier autodidacta de grande intuição, inspirando-se entre outros também no trabalho dos luthiers Greg Byers, Thomas Humphrey e Hernandez e Aguado.

Desde 2004, constrói anualmente, no seu atelier, em Lisboa, um limitado número de guitarras clássicas.

O conhecido guitarrista Dejan Ivanovic diz sobre ele: “ Nunca conheci nenhum construtor que desde o seu primeiro instrumento consegue resultados tão surpreendentes e convincentes. Os seus instrumentos tem um som rico, nobre e penetrante e são uma opção praticamente incontornável para quem procura um instrumento superior, e isto a um preço realmente acessível.”


Christian Schwengeler
Rua da Beneficência 164, 2º dto.
1600-024 Lisboa
tel/fax 21 797 70 26 móvel 96 00 48 117
csluthier@gmail.com

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Guitarra de laboratório





Durante o último ano conclui um projecto que tinha como objectivo a realização de uma guitarra de laboratório que serve para poder testar com facilidade tampos de ressonância e poder avaliar as suas potenciais caracterísicas e isto sem necessidade de construir cada vez um novo instrumento. O dispositivo consiste numa caixa de ressonânica, ou seja ilhargas com o respectivo fundo e o bloco para inserir depois o braço. Além disto o dipositivo é completado com um aro que serve para distribuir a pressão de cerca 30 mini-grampos que servem para fixar o tampo de ressonância. Depois de montado é só inserir o braço e fixa-lo e montar as cordas. O resultado é surpreendente e em termos sonoros vai dar ao mesmo como se o tampo fosse colado. Já consegui testar duas novas ideias, a primeira relacionada com uma nova maneira de fixar as cordas que permitaria ao tampo de vibrar mais livremente, a segunda consistiu no teste dum novo sistema de travejamento que desenhei para o mesmo efeito. A primeira experiênica foi um fracasso, constatando-se que a pressão das cordas sobre o tampo seria demasiado grande sem a força contrária da tracção das cordas e o som ficou com poucos graves e um pouco magro. Por outro lado fiz depois um teste com o mesmo tampo mas utilizando um cavalete fixado de maneira tradicional e constati que o travejamneto que desenhei é muito bem succedido e funciona bem, e acabei mesmo de construir uma nova guitarra equipado com o mesmo tampo. No futuro o dispositivo que desenvolvi pode servir para fazer as mais diversas experiências - nomeademente para desenvolver um tampo double-top e de fazer necessários ajustes e para aperfeiciona-lo.

O instrumento e a humidade relativa do ar


Um dos factores importantes a ter em consideração relativamente aos instrumentos musicais em madeira e a sua construção, está relacionado com a humidade relativa do ar. A humidade relativa é a percentagem de água que o ar contém, considerando o ponto de saturação (que varia segundo a temperatura), sendo 100 % de humidade relativa, o ponto de saturação máxima em que a humidade começa a condensar, ou sej, quando o ar não tem mais capacidade de retenção de água para o nível de temperatura do momento. O calor, por sua vez, aumenta a capacidade de retenção, o que explica porque é que a humidade começa a condensar quando o ar arrefece. Considera-se o ar seco quando a percentagem está abaixo dos 50% e húmido quando está acima dos 70%.
O controlo da humidade do ar num atelier de construção e, neste sentido, também, nalguma medida, o nível de temperatura, são muito importantes para obter instrumentos de qualidade, já que as madeiras absorvem quantidades consideráveis de agua a partir do ar ambiente, o que altera as suas características. Quando se verificam diferenças importantes de humidade relativa durante as diferentes fases de construção, isto leva a tensões consideráveis no instrumento acabado, o que não favorece uma boa ressonância do instrumento. Em Portugal, podemos considerar um bom nível de humidade à volta dos 60-65 % de humidade relativa, já que isto corresponde, aproximadamente, ao valor médio anual e, ao mesmo tempo, representa um valor normal no sentido em que não é nem muito húmido nem muito seco. Um dos objectivos consiste, precisamente, em garantir que o instrumento tenha mais capacidade de ambientação quando terminado, para muitas situações, sem estar em stress. É fácil imaginar que um instrumento construído num ambiente de 40% de humidade relativa, vai sofrer muito quando introduzido num ambiente de 80 % (ou vice-versa) sendo a diferença de humidade muito grande. Observando um nível de humidade normal no atelier, estas diferenças são muito mais pequenas. Aumenta-se, assim, a capacidade do instrumento de reagir a estas influências, permitindo às madeiras adaptarem-se sem causar demasiadas tensões. São estes, aparentemente pequenos pormenores, que fazem a diferença e que, em conjunto com outros factores, possibilitam construir instrumentos com qualidades excepcionais. Mesmo assim, recomenda-se aos músicos que tenham estes factores em consideração, que procurem algum método de controlo da humidade relativa do ar e que não submetam o instrumento a condições demasiado severas como, por exemplo, esquecê-lo na mala do carro estacionado em pleno sol ou utilizá-lo na sauna ou outras situações semelhantes.